sábado, 26 de dezembro de 2015

Deus é Amor e Humor

Um padre estava na porta da Igreja acolhendo os paroquianos para a missa. De repente ele viu um rapaz bêbado, andando de bicicleta, todo descontrolado. O padre então se aproximou dele e lhe convidou para entrar na Igreja para que ele participasse da missa. 

Mas então o bêbado falou:
-Mas e a minha bicicleta?

O padre lhe respondeu:
-Não se preocupe com isso, pode deixar sua bicicleta aqui que Deus vai cuidar dela. 

O bêbado entrou na Igreja para participar da missa. No momento da homilia o padre disse : 
-Filhos e filhas da Igreja de Cristo, saibam vocês que Deus está entre nós!

Então o bêbado se levantou todo desesperado e gritou : 
- O que é isso seu padre ? O senhor disse que Deus ia estar lá fora cuidando da minha bicicleta?

Ser eremita é ser um mártir

No Oficio das Leituras deste dia em que celebramos o martírio de Santo Estevão, S. Fulgêncio de Ruspe nos disse :

Martirio de Santo Estevão
‘‘Ontem, celebrávamos o nascimento temporal de nosso Rei eterno; hoje celebramos o martírio triunfal do seu soldado. Ontem o nosso Rei, revestido de nossa carne e saindo da morada de um seio virginal, dignou-se visitar o mundo; hoje o soldado, deixando a tenda de seu corpo, parte vitorioso para o céu.’’

Acabamos de celebrar o nascimento de Cristo e hoje celebramos um mártir. Celebramos a vida e a vida, pois morrer por Cristo é viver. Santa Terezinha já tinha dito : ‘‘ Não morro, entro na vida.’’

Ser um cristão no mundo de hoje exige o martírio ! Ser um eremita urbano, quer dizer, ser um homem embriagado de Deus, exige o martírio, exige o testemunho, exige viver a radicalidade evangélica.

Um eremita é ser um cristão que busca viver o seu batismo, é ser um homem que tem sede de Deus e que o busca com todas as suas forças !
Sabemos que no mundo de hoje, viver a nossa fé é um grande desafio. Na verdade, sempre foi um grande desafio ser cristão. Origenes, no 2° século, já tinha dito : ‘‘ Ao enfrentar uma tentação o cristão ou sai idólatra, ou sai mártir.’’

Somos constantemente tentados e por isso precisamos escolher : ou sou um idólatra ou sou mártir ! Escolha o martírio ! Que Santo Estevão interceda por nós.



Sermão de Santo Agostinho para o Natal

A verdade brotou da terra e a justiça olhou do alto do céu

Desperta, ó homem: por tua causa Deus se fez homem. Desperta, tu que dormes, levanta-te dentre os mortos e sobre ti Cristo resplandecerá (Ef 5,14). Por tua causa, repito, Deus se fez homem.
Estarias morto para sempre, se ele não tivesse nascido no tempo. Jamais te libertarias da carne do pecado, se ele não tivesse assumido uma carne semelhante à do pecado. Estarias condenado a uma eterna miséria, se não fosse a sua misericórdia. Não voltarias à vida, se ele não tivesse vindo ao encontro da tua morte. Terias perecido, se ele não te socorresse. Estarias perdido, se ele não viesse salvar-te.

Celebremos com alegria a vinda da nossa salvação e redenção. Celebremos este dia de festa, em que o grande e eterno Dia, gerado pelo Dia grande e eterno, veio a este nosso dia temporal e tão breve.
Ele se tornou para nós justiça, santificação e libertação, para que, como está escrito, “quem se gloria, glorie-se no Senhor” (1Cor 1,30-31).

A verdade brotará da terra (Sl 84,12), o Cristo que disse: eu sou a verdade (Jo 14,6), nasceu da Virgem. E a justiça olhou do alto do céu (cf. Sl 84,12), porque o homem, crendo naquele que nasceu, é justificado não por si mesmo, mas por Deus.
A verdade brotou da terra porque o Verbo se fez carne (Jo 1,14). E a justiça olhou do alto do céu porque todo o dom precioso e toda a dádiva perfeita vêm do alto (Tg 1,17).

A verdade brotou da terra, isto é, da carne de Maria. E a justiça olhou do alto do céu porque o homem não pode receber coisa alguma, se não lhe for dada do céu (Jo 3,27).
Justificados pela fé, estamos em paz com Deus (Rm 5,1) porque a justiça e a paz se beijaram (cf. Sl 84,11) por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo, pois a verdade brotou da terra. Por ele tivemos acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes e nos gloriamos, na esperança da glória de Deus (Rm 5,2). Não disse “de nossa glória”, mas da glória de Deus, porque a justiça não procede de nós, mas olha do alto do céu. Portanto, quem se gloria não se glorie em si mesmo, mas no Senhor.

Eis por que, quando o Senhor nasceu da Virgem, os anjos cantaram: Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade (Lc 2,14 Vulgata).
Como veio a paz à terra senão por ter a verdade brotado da terra, isto é, Cristo ter nascido em carne humana? Ele é a nossa paz: de dois povos fez um só (cf. Ef 2,14), para que fôssemos homens de boa vontade, unidos uns aos outros pelo suave vínculo da caridade.

Alegremo-nos com esta graça, para que nossa glória seja o testemunho da nossa consciência, e assim nos gloriaremos, não em nós mesmos, mas no Senhor. Por isso disse o Salmista: Vós sois a minha glória que levanta a minha cabeça (Sl 3,4). Na verdade, que graça maior Deus poderia nos conceder do que, tendo um único Filho, fazê-lo Filho do homem e reciprocamente fazer os filhos dos homens serem filhos de Deus?
Procurai o mérito, procurai a causa, procurai a justiça; e vede se encontrais outra coisa que não seja a graça de Deus.